[espacosaude-ma] Luta de Classes 6 2008
A NATUREZA FAZ GREVE
A uma das faces do casamento mídia e meio-ambiente cabe vender a idéia do marqueting verde e do consumo verde exemplificados pelos lançamentos dos produtos "ambientalmente corretos": biocombustível, ecosport, ecofinanciamento, biodiesel, etc. Os neologismos empresariais estão aos montes. A explosão das propagandas consumistas-ambientalistas contribui ainda mais para o total esvaziamento do sentido da vida. A relação homem-natureza, para esta ideologia, se resume na compra de um produto "ambientalmente correto". À outra, o papel de suavizar, mal intencionar, porém ela o faz de maneira bem sucedida. É esconder a realidade. É corromper e distorcer os fatos, não os apresentando como eles realmente são e sim como mais um assunto nos noticiários.
Vamos com freqüência ao playground das mercadorias. Frei Betto lembra um costume do Sócrates da antiga Grécia. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessitamos de algo. Não, obrigado. Estamos apenas fazendo um passeio socrático, respondemos. Olham-nos intrigados. Então explicamos: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".
Um dos suportes do pós-modernismo que mais enche os olhos de biólogos é o "pensar global agir local" e outro que proclama "cada um faz a sua parte". Age-se local, porém de maneira bem descontextualizada só que de outro extremo. Há uma hora temos um biólogo que relaciona nada com coisa alguma, à outra, um profissional que "relaciona" o local com o global e, de tão idealista, esquece de lembrar a cultura de produção e circulação dos produtos em si. Pensa-se global porque se imagina que "todos" farão o mesmo: reproduzir a totalidade da maneira fragmentada. Pensamos que pensamos global e fazemos que agimos local. Temos os "educadores ambientais" aqui e o "pessoal da biodiversidade" ali. Educamos os nobres que se deve jogar seu abundante lixo não no chão, mas no cesto. O corporativismo nas suas formas mais escabrosas é exaltado. Tem gente que faz dinheiro com preservação. Sabiam? Mas como? O marketing verde assim como o inferno está cheio de boas vontades. Estes ditos só recriam o diabo contra o qual nós lutamos que é a fragmentação do saber e do pensamento.
O cinismo da declaração de que "só a guerra contra a extinção é permitida" é uma ficção cultural, superficial, limitada, fruto de uma concepção de educação que conduz a um aprendizado em que os conteúdos ficam fracionados, descontextualizados, desproblematizados. Não ser biólogo(a), mas cidadãos(ãs)-do-mundo . Essa posição reducionista propagada pelos estudantes dos cursos de ciências biológicas não é profunda e não explica as razões das extinções das espécies. PRIMACK (1993) enfatiza que há extenso registro de alterações pré-históricas de destruição de hábitats que levaram à redução e extinção de espécies. Porém, o predomínio de extinções determinísticas demonstra que a ação antrópica tem exercido uma forte pressão sobre as espécies (SHAFER, 1990). Atualmente, os principais fatores determinantes da perda de biodiversidade são as queimadas, a formação de pastagens e áreas agrícolas, o uso inadequado dos recursos naturais e o processo de urbanização (WILLIS & ONIKI, 1992; PRIMACK, 1993; MARINI & CAVALCANTI, 1996; MARINI, 1996; 2001).
Os problemas ambientais e todos os seus efeitos (inclusive o desaparecimento de espécies) são decorrentes da ganância e da rapacidade. O que está acontecendo seria perfeitamente evitável se a oligarquia sócio-econômica priorizasse o próprio ser humano e a vida como um todo acima do incremento compulsivo e doentio dos seus próprios benefícios econômicos. O custo da Transposição do Rio São Francisco indica a que fim se destina a água transportada. O principal beneficiado será o Capital. Para Ab'Saber "quem vai aproveitar as águas transpostas são os fazendeiros de gado, participando do uso da água ou vendendo terras para irrigação". Um levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta que, em média, 70% da água aproveitada dos açudes nordestinos são usados para agricultura, 26% para consumo urbano e 4% para uso da população difusa, que está no meio rural. Como a água retirada do São Francisco será armazenada nos reservatórios já existentes, há grandes chances de que sejam aproveitados em proporção semelhante. O Governo de Lula da Silva através de seus comandados fazem uso político do sofrimento do povo daquela região. Vemos os desertos verdes (plantações de eucalipto, monoculturas, cana de açúcar, etc.), desertificações, destruição dos principais Biomas. Numa entrevista recente, Klaus Toepfer, vice-secretário das Nações Unidas para o Meio Ambiente, resumiu assim: "Cuidado, a Natureza não é um luxo, é uma condição prévia à existência da vida." Mas eu prefiro o provérbio dos índios Cree: "Só quando tivermos cortado a última árvore, envenenado o último rio, e pescado o último peixe, descobriremos que dinheiro não se come".o"a ou vendendo terras para irrigaçndo do uso da a
Colocar a política na ecologia e a ecologia na política. A atual crise (social, política, econômica e ambiental) do mundo mostra como é ineficiente uma abordagem cartesiana dos problemas, onde as causas e conseqüências são dadas como separadas e imiscíveis. Isso mostra a necessidade de uma percepção, através de um método de abordagem ecológico, segundo o qual as crises deveriam ser enxergadas como partes interrelacionadas de uma única crise. Só dessa forma, sairemos das aparências e conseguiremos perceber a verdadeira raiz dos problemas.
É preciso investir em alternativas como a energia eólica, solar, fotovoltaica, das marés, geotérmica. Porém, discutir novas fontes de energia implica, em primeiro lugar, refletir a serviço de quem estará esta nova matriz. A construção de uma nova matriz energética deve levar em conta quem se beneficiará ou qual propósito servirá. O modelo agrícola deve estar baseado na agroecologia e na diversificação da produção. Urge resgatar e multiplicar experiências de agricultura camponesa, a partir da diversidade dos ecossistemas. Existem múltiplas tecnologias e conhecimentos tradicionais de produção como as agroflorestas, sistemas agropastoris, integrados e duradouros. Há também tecnologias e saberes locais de captação, armazenamento, manejo e usos de água para consumo e produção, que preservam fontes naturais. Estas não são soluções simplistas. Tampouco são suficientes mudanças em atitudes individuais de "consumidores", como comprar um outro tipo de carro, de lâmpada, etc. A maior responsabilidade pelo aquecimento global é justamente de grandes empresas que destroem as florestas e poluem o meio ambiente. As mesmas petroleiras, automotivas, agrícolas, entre outras, que pretendem lucrar com a bioenergia.
1) Contra a expansão do agronegócio na forma de monoculturas de cana-de-açúcar, soja, eucalipto, etc;
2) Contra os grandes projetos (Hidrelétricas, Transposição do Rio São Francisco, Pólo Siderúrgico, Base de Alcântara e outros);
3) Pela revitalização do Chico!
4) Abaixo os acordos sobre mudanças climáticas! Não ao direito de poluir. Derrota ao Capitalismo!
5) Não aos biocombustíveis!
ABAIXO O CAPITALISMO "VERDE" E SUA BURGUESIA "ECOLOGISTA"!
POR UMA ALTERNATIVA ECOSOCIALISTA AO PLANETA TERRA!
CENTRO ACADÊMICO DE BIOLOGIA - UFMA
Nova data do ENEB: final de Agosto e início de Setembro
Na Luta de Classes tudo vale pedras poemas noites
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