[espacosaude-ma] UNE recebeu mais de R$ 5 milhões no governo Lula
--- In biologia@yahoogroup
wrote:
Vale a pena dar uma conferida nessa matéria. É excelente pra se
pensar na
questão do financiamento do Movimento Estudantil.
Aqui vão algumas questões que consegui pensar:
Como explicar pra onde foi esse dinheiro? Por que isso não é feito?
Quais são as prioridades do Movimento Estudantil?
Até que ponto esse financiamento é importante/positivo (fruto de uma
conquista) e até que ponto é negativo/engessante
Como ser autônomo sendo financiado por quem muitas vezes você
combate (ou
diz que o faz)?
Tenho minhas opiniões, mas não quero expô-las agora. Depois eu faço
isso.
Beijos, abraços e fiquem de olho!
Tio Chico - UFRJ
*UNE recebeu mais de R$ 5 milhões no governo Lula *
*UNE recebeu mais de R$ 5 milhões no governo Lula *
Historicamente conhecida por intensas manifestações contrárias a
abusos
governamentais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) parece ter
perdido o
fôlego nos últimos tempos, apesar do surgimento de diversos casos de
corrupção envolvendo autoridades políticas. Esta semana, a entidade
comemora
os 70 anos de luta em um Congresso em Brasília, sob a bandeira de
garantir
sua independência. Não é a toa, já que nos últimos anos a
proximidade da UNE
com o poder público aumentou significativamente, ao menos em termos
financeiros. Desde o início do governo Lula, a entidade estudantil
recebeu
R$ 5,3 milhões da União. O valor corresponde a quase quatro vezes o
total de
repasses feitos nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso.
Desse total, só este ano, R$ 2 milhões contribuíram para incrementar
as
ações promovidas pela UNE. Do montante total repassado desde 2003, a
maior
parte saiu do Ministério da Cultura. De janeiro para cá, a Pasta
comandada
por Gilberto Gil foi responsável praticamente pela totalidade do
repasse. De
acordo com levantamento realizado no Sistema Integrado de
Administração
Financeira (Siafi), o dinheiro serviu para financiar atividades de
cultura e
arte promovidas pela UNE, além do projeto Cinema em Movimento, que
tem como
objetivo criar um circuito de exibição de filmes longa metragem.
Além do empurrãozinho cultural, este ano, a entidade representativa
dos
estudantes também recebeu recursos da Secretaria Especial de
Políticas para
as Mulheres, órgão vinculado à Presidência da República. A Secretaria
repassou R$ 45,6 mil para contribuir com a realização do II Encontro
das
Mulheres da UNE, no intuito de estimular a organização das mulheres
a partir
da formação de coletivos feministas nas universidades
Apenas no primeiro semestre do ano festivo para os estudantes, o
repasse
para a entidade em 2007 já é o maior dos últimos 12 anos. Entre 1998
e 2001,
ano marcado pelo combate do movimento as privatizações na gestão
FHC, a UNE
não recebeu um centavo do governo. O mesmo aconteceu em 1996 e, em
1997, o
repasse foi de apenas R$ 75. A contribuição financeira da União à
entidade
só foi se tornar expressiva a partir de 2002, ano eleitoral, em que
os
repasses atingiram R$ 1 milhão. O curioso é que, desse dinheiro,
mais da
metade (R$ 536,6 mil) foi transferida em 31 de dezembro, véspera da
posse do
novo presidente.
Para o cientista político da Universidade de Brasília, Leonardo
Barreto, os
repasses federais influenciam diretamente na mudança de
comportamento de
entidades civis, sobretudo aquelas que costumam fazer oposição à
administração, como a UNE. "O atual governo, de maneira geral,
procurou
atrair grande parte dos movimentos sociais e fez questão de tê-los
ao seu
lado durante a gestão. A maneira de conseguir isso na política
brasileira é
distribuindo cargos ou recursos públicos", salienta.
O especialista relembra que a entidade sempre esteve ligada a
partidos de
esquerdas, sobretudo o PCdoB, que está no comando da presidência da
UNE há
15 anos. Diversos líderes fizeram carreira aí, entre eles o ex -
presidente
da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB SP), que dirigiu a UNE no
início da
década de 80 e o atual Ministro do Esporte, Orlando Silva, que foi
presidente da entidade entre 1995 e 1997. Enquanto ainda estava na
função de
secretário-executivo da Pasta Esportiva, Orlando Silva assinou um
convênio
que repassou R$ 199,6 mil, em 2004, para a entidade que presidiu no
passado.
O dinheiro serviu para financiar a realização dos 52º Jogos
Universitários
Brasileiros, realizado no período de 9 a 18 de julho, em São Paulo.
Foi a
primeira vez que a UNE recebeu recursos públicos para essa
finalidade.
Na eleição deste domingo (8), o atual presidente da UNE, o também
filiado ao
PCdoB, Gustavo Petta deverá fazer seu sucessor, a estudante de
Jornalismo
gaúcha Lúcia Stumpf, mantendo assim o domínio do partido. A previsão
é de
que a chapa encabeçada por Stmpf obtenha mais de 70% dos votos dos
delegados. Se sair vencedora, a "nova" direção refletirá a coalizão
governista de Lula, já que além do PCdoB, terá o apoio da maior
parte das
tendências petistas (Mudança, Movimento de Ação e Identidade
Socilista,
Democracia Socialista e Movimento PT), PMDB e PDT. Na pauta, a chapa
pretende não mais se deixar atrair pelo discurso inflamado de outros
tempos.
Barreto destaca que nos últimos dois anos, a entidade estudantil
pouco se
manifestou diante das descobertas de corrupção envolvendo autoridades
governamentais. Sem contar que esteve distante das iniciativas mais
visíveis
do movimento estudantil, como a última ocupação da Universidade de
São Paulo
(USP), em que a maior parte dos alunos acatou um documento em que
ficou
registrado que a UNE não os representava.
Ao contrário do que acontecia antes, segundo o especialista, em
alguns
casos, inclusive, os o movimento saiu às ruas em apoio ao
presidente. "Não
há duvidas de que tais repasses ajudaram a amenizar os ânimos",
destaca
Barreto. Diante das declarações dos representantes da UNE, que
durante o
Congresso, levantaram a bandeira de maior independência da entidade,
o
cientista político diz que a iniciativa satisfatória, mas considera
difícil
que ela seja atingida em sua plenitude, com a "ajuda" financeira dos
cofres
públicos.
Durante o Congresso os estudantes defenderam para o segundo semestre
uma
atuação mais combativa e com imagem menos ligada ao presidente Lula.
Apesar
disso, em entrevista desta semana ao jornal Valor Econômico, Petta
nega que
a entidade tenha sido nos últimos anos conciliadora demais com o
governo. "A
UNE sempre teve apoio governamental. A diferença agora é que há
diálogo.
Fernando Henrique nunca nos recebeu. Paulo Renato (ex-ministro da
Educação
no governo FHC) só nos recebeu uma única vez, em 2001, para negociar
o fim
da uma greve", disse.
Ele atribuiu ainda a pouca atuação à própria desmobilização dos
estudantes.
Um levantamento do Ibase e do Instituto Pólis demonstra que 75% dos
estudantes entrevistados nunca estiveram em uma associação
estudantil e 92%
jamais estiveram atrelados a partidos. O Contas Abertas entrou em
contato
com o assessor de imprensa da UNE, Rafael Minoro, para saber sobre os
repasses federais e a proximidade da entidade com o governo, mas ele
informou que os representantes da entidade só se manifestariam sobre
o
assunto na próxima semana, após o término do Congresso em Brasília.
Clique aqui
<http://contasaberta
20UNE.pdf>para ver
o histórico dos repasses à UNE.
Mariana Braga e Leandro Kleber
Do Contas Abertas
*7/7/2007*
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