[espacosaude-ma] Sobre "Tropa de(a) Elite"
--- In biologia@yahoogroup
<oneizete@..
Voltolini e demais colegas,
Sobre o jacaré e os elefantes Voltolini, falamos a mesma língua.
Querendo ou sem querer você fala da legalização de algo ilegal.
Acredito que essa é a melhor solução para a questão das drogas em
qualquer país. Não que vá desaparecer os problemas com drogas e da
favela, não é isso. Porém teremos como gerenciar os problemas
decorrentes deles com maior facilidade. E até porque drogas não são
sinônimo de coisa ruim. Um sujeito mal instruído, educado ou com
baixo trabalho interno pode ser refém de drogas, o inverso é muito
mais difícil (embora seja difícil dizer-se forte ou fraco para
isso). Drogas às vezes podem ser mais eficientes para combater dor,
ansiedade, falta de apetite e stress (stress) bem melhor que
qualquer droga de farmácia (conheço caso de senhora que não sabendo
mais o que fazer administrou maconha para a criança a fim dele
voltar a comer!!!), podem melhorar a disposição respiratória como é
utilizado pelos
andinos em lugares altos (coca), podem ainda serem usados em
rituais religiosos ligados à natureza (que retiram pessoas do uso
irresponsável das drogas trazendo benefícios sociais e à família
daquele que utiliza como é o caso do Aiuasca e a própria Cannabis e
outras entre indígenas).
Bem, a questão é que maconha, cocaína dentre outros tal qual fumo e
álcool podem ser taxados gerando impostos para a sociedade e podem
também ter regras para contornar seus possíveis danos. Creio que o
importante seja liberar, mas não liberar tão somente. O consumo de
drogas tem de ter regras, como qualquer coisa deve ter quando se
vive em sociedade.
Retirar tão somente as drogas de circulação causa um outro
agravamento social. Retira-se a renda de várias pessoas da favela
(embora seja um "emprego de risco" e que tem suas mazelas, é uma
opção de emprego em um lugar onde várias pessoas são excluídas de
lazer, moradia, educação, saúde decente e o pior passam fome!). A
proibição efetiva deve levar também os atuais traficantes (que de
certo modo não permitem haver roubos na favela) a mudar de ramo e
virar bandido de asfalto (confronto direto digo). E por último, os
traficantes marcam presença na favela não somente porque tem
metralhadora na mão, mas porque desempenham o papel social do
governo onde ele não aparece. O chefe do morro é o cara que muitas
vezes compra o remédio, o rancho de quem tá precisando, dá segurança
etc.
Proibir ou liberar é puro simplismo. O que se deve buscar já dizia o
budismo é o "Caminho do Meio"!!!
Imagina o BOPE fazendo seu papel "direitinho"
favelas mas invadindo flats de luxo pegando os comandantes do crime,
torturando sua família a fim de delatar algum criminoso. O estado de
direito, a constituição, as instituições num instante seriam
lembradas! O BOPE não está pensando no contexto social, nem mesmo
está pensando pois ele existe não para pensar mas para executar o
que se espera dele!
Pois é essa mensagem que queria deixar: Não é criminalizar, nem
liberar - É preciso regulamentar o uso de drogas no mundo!
Quanto a usar drogas ou não...creio que quem usa drogas ilícitas tem
sua parcela de culpa sim (inclusive os ditos socialistas que regam
reuniões "libertárias" à cachaça e maconha - com excessão os
socialistas responsáveis que estão nesse meio mas tem compromisso)
porém não maior do que essa sociedade calcada em valores cristãos
(que na verdade não considero que sejam valores cristãos
verdadeiros - antes de tudo são valores do padre, do pastor, da
igreja) que não permite a regulamentação das drogas por preconceito
e que preferem aceitar o discurso do pastor e do padre a se
questionarem, corrigirem-se e emendarem-se.
REGULAMENTAÇÃO JÁ!!! Para a compra, para a venda e para o plantio!
Por fim deixo a sugestão de uma música para refletirmos!
Axé! Shalom! Até!
Polícia e Bandido
Leandro Sapucahy
Composição: Indisponível
É isso aí D2...o momento é de caos
A população tá bolada.. muito bolada
Eu também tô bolado parceiro...
Numa cidade muito longe,
Muito longe daqui
Que tem problemas que parecem
Os problemas daqui
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui
Existem homens maus
Sem alma e sem coração
Existem homens da lei
Com determinação
Mas o momento é de caos
Porque a população
Na brincadeira sinistra
De polícia e ladrão
Não sabe ao certo quem é
Quem é herói ou vilão
Não sabe ao certo quem vai
Quem vem na contramão
É, não sabe ao certo quem é
Quem é herói ou vilão
Não sabe ao certo quem vai
Quem vem na contramão
Porque tem homem mau
Que vira homem bom
Porque tem homem mau
Que vira homem bom
Quando ele banca o remédio
Quando ele compra o feijão
Quando ele tira pra dá
Quando ele dá proteção
Porque tem homem da lei
Que vira homem mal
Porque tem homem da lei
Que vira homem mal
Quando ele vem pra atirar
Quando ele caga no pau
Quando ele vem pra salvar
E sai matando geral
É parceiro
E aí é que a chapa esquenta
É nessa hora que a gente vê quem é fiel
Mas tanto lá como cá
Ladrão que rouba ladrão
Não tem acerto, é pedir terror
Não tem perdão
Quem fala muito é X-9
E desses a gente tem de montão
Mais o X do problema
Tá na corrupção
Um dia, o bicho pegou
O coro comeu
Polícia e bandido bateram de frente,
E aí meu cumpadre
Aí tu sabe
Aí foi chapa quente, chapa quente...
Bateu de frente
Um bandido e um
Sub-tenente lá do batalhão
Foi tiro de lá e de cá
Balas perdidas no ar
Até que o silêncio gritou
Dois corpos no chão, que azar
Feridos na mesma ambulância
Uma dor de matar
Mesmo mantendo a distância
Não deu pra calar
Polícia e bandido trocaram farpas
Farpas que pareciam balas
E o bandido falou:
Você levou tanto dinheiro meu
Agora vem querendo me prender
E eu te avisei você não se escondeu
Deu no que deu
E a gente tá aqui
Pedindo a Deus pro corpo resistir
Será que ele tá afim de ouvir?
Você tem tanta basuca,
Pistola, fusíl e granada
Me diz pra que tu
Tem tanta munição?
É que além de vocês
Nóis ainda enfrenta
Um outro comando, outra facção
Que só tem alemão sanguinário
Um bando de otário
Marrento, querendo mandar
Por isso que eu tô bolado assim
Eu também tô bolado sim
É que o judiciário tá todo comprado
E o legislativo tá financiado
E o pobre operário
que joga seu voto no lixo
Não sei se por raiva
Ou só por capricho
Coloca a culpa de tudo
Nos homens do camburão
Eles colocam a culpa de tudo
Na população
{E o bandido...}
E se eu morrer vem outro em meu lugar
{Polícia...}
E se eu morrer vão me condecorar
E se eu morrer será que vão chorar?
E se eu morrer será que vão lembrar?
E se eu morrer... {já era}
E se eu morrer
E se eu morrer... {foi!}
E se eu morrer
Chega de ser subjulgado
Subtraído, um sub-bandido de um
Sub-lugar, subtenente de um
Sub-país, um sub-infeliz
subinfeliz..
Laiálaiálaiálaiá
subjulgado, Subtraído,
um sub-bandido de um sub-lugar,
subtenente de um sub-país,
um subinfeliz..
Mas essa história
Eu volto a repetir
Aconteceu numa cidade
Muito longe daqui
Numa cidade muito longe,
Muito longe daqui
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui
E tem problemas que parecem
Os problemas daqui
Daqui
Daqui
Daqui
É isso aí Sapucahy..
Polícia ou bandido?
vai saber né
----- Mensagem original ----
De: VOLTOLINI <jcvoltol@..
Para: biologia@yahoogroup
Enviadas: Terça-feira, 23 de Outubro de 2007 11:01:12
Assunto: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da VEJA)...
para refletir...
pois é.....
o problema é que estamos numa lista de biologos aqui na net e rola
fumo em quase toda festa mas mesmo assim em cada rodinha de fumo
todo mundo esta imerso no papo cabeça sobre politica filosofia
injustiça social o governo o desmatamento da amazonia... bla bla
bla....
mas o fumo vem do morro, da favela, do traficante, o mesmo
traficante que mete bala na cabeça do menino que nao fez o serviço
direito ou sabe demais ou seja.. pra cada baseado da festinha tem um
pouco de MORTE dentro dele...
o que penso é que se temos tantas campanhas nacionais contra tanta
coisa entao porque nao fazer uma campanha por uma postura diferente?
porque nao dizer "eu nao fumo porque nao incentivo o trafico" ?
porque seria contra todos nao é? todo mundo fuma e voce seria
careta; afinal... o que pode ter de ruim em fumar unzinho só de vez
em quando?
resolver tudo nao resolve mas isso é business; maconha, avioes,
bananas ou alfinetes sao produtos no mercado e se nao tem comprador
o mercado entra em crise, colapsa....
como voces acham que o problema da caça de jacares amenizou? o IBAMA
nao conseguiu resolver tudo pela falta de funcionarios para
fiscalizar o pantanal todo mas depois das fazendas de criaçao o
mercado do couro ilegal quase quebrou pois ele é mais duro, sujeito
a lei criminal e da menos dinheiro; os coureiros preferem trabalhar
numa fazenda com carteira assinada. O mercado do marfim do elefante
esta mudando lentamente com o surgimento do marfim artificial da
mesma maneira e assim por diante...
bom.... a consciencia é de cada um.... o certo ou errado cade um de
nós é que faz...
Voltolini
~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~ ~
Prof. Dr. J. C. VOLTOLINI
Grupo de Estudos em Ecologia de Mamiferos (ECOMAM)
Universidade de Taubate - Departamento de Biologia
Taubate, SP. 12030-010. E-Mail: jcvoltol@uol. com.br
Website do ECOMAM: http://jcvoltol. sites.uol. com.br/
Fotos de Cursos: http://jcvoltol. fotoblog. uol.com.br/
Amostra de um Curso de Campo de Ecologia: http://trabiju. blogspot.
com/
Currículo Lattes: http://lattes. cnpq.br/81371558 09735635
Fotos Artísticas: http://voltolini. fotos.net. br/texturas
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"Siamo tutti angeli con un'ala e possiamo volare soltanto se
ciabbracciamo"
----- Original Message -----
From: Tatiane Chupel
To: biologia@yahoogroup s.com
Sent: Monday, October 22, 2007 11:25 AM
Subject: RE: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da
VEJA)... para refletir...
Olá companheiros,
diante dessa discussão, não pude me abster. Lendo as opiniões sobre
o filme "tropa de elite" não pude deixa de refletir sobre o termo "o
bom consumidor de drogas". Fiquei pensando: existe o bom e o mal
consumidor de drogas? Será que o que consome só "unzinho" de vez em
quando é o bom? Ou será que o que planta o que consome (cá pra nós,
de todos que conheço não sei de nenhum que faça isso). Não sejamos
hipócritas, nosso baseado contribui sim com a violência. Não é
porque vc só fuma de vez em quando, só pra relaxar que isso muda
alguma coisa. O Filme mostra uma realidade cruel, de violência
contra pessoas sem prepectivas, onde pra alguns o mais longe onde se
pode chegar é a gerente de boca de fumo, onde se abrir o bico pro
milico morre, mas se deixar de fala também morre do mesmo jeito.
Onde tem tiroteio tod dia e sempre tem um amigo pra ser sepultado.
Agora achar que nós estamos de fora disso, aí já demais pra minha
cabeça.
Não estou levantando nenhuma bandeira contra as drogas, só acho que
cada um deve assumir sua parte nisso. "SIM, EU FUMO E CONTRIBUO PRA
TUDO ISSO". Porque é fácil dizer que o que come no McDonald's
colabora com as multinacionais, que o outro que joga lixo no chão ou
não economiza água não tem consiência... . Agora, assumir que seu
baseado faz parte todo o proceso de tráfico e violência aí o negócio
muda de figura. O pensamento de ação do indivíduo é o mesmo, o que
muda é só a moeda corrente. Agora, não estou dizendo que a solução
do mundo é parar de consumir drogas. Estou dizendo que isso é a
ponta do problema, assim com a falta de educação, de oportunidade e
de perspectivas. Se nós não fôssemos na banquinha do "Tiozinho"
comprar um filminho pirata ele não teria pra quem vender, e isso tb
é o mesmo pra maconha. Se não comprássemos, pra quem que o
traficante iria vender. Novamente, quero esclarecer minha intenção
demostrar a todos nós nossa parcela de culpa em tudo isso e não
dizer o que é certo e o que é errado. Vc quer curtir que curta, mas
não me venha com hipocrisia dizendo que vc não está contribuindo com
o tráfico. Pelo que sei, o produto que vc consome não foi plantando
em planícies tropicais, passou pela alfândega pagando todos os
impostos e tem o selo do ministério da saúde. Resolver se legaliza
ou não é uma coisa, mas nesse momento cada um que aceite a sua parte
de culpa. Como o prof. Voltolivi disse, a ação sempre parte do
indivíduo. Se vc não quer colaborar com a mudança, então que assuma
sua responsabilidade de tudo isso.
saudações biológicas,
Tatiane Chupel
UFMT
To: biologia@yahoogroup s.com
From: jcvoltol@uol. com.br
Date: Mon, 22 Oct 2007 11:35:34 -0300
Subject: Re: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da
VEJA)... para refletir...
concordo com voce!!
meu ponto vai alem disso....
o que sabemos é que a policia tem culpa, o governo tem culpa, todos
que passam no jornal nacional tem culpa...
menos quem compra um simples baseado....
ou seja.. é complexo mesmo; tao complexo que ate mesmo atitudes
simples como nao fumar mais maconha podem ajudar!!!
Voltolini
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----- Original Message -----
From: Tito Casal
To: biologia@yahoogroup s.com
Sent: Monday, October 22, 2007 10:23 AM
Subject: Re: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da
VEJA)... para refletir...
eh de assustar essa conclusão...
acho que Juan foi muito feliz em dizer: o filme reflete sobre alguns
problemas da sociedade, não esqueçam que na visão de alguns
policiais entrevistados, de forma estremamente imediatista e
superficial. ..
Prof. Voltolini, entaum se os filhos da puta dos maconheiros e
cocaineiros parassem de consumir drogas, estaria entaum resolvido o
problema do banditismo, da criminalidade e da guerra civil que vive
nosso Brasil???
Como se nos paises europeus ninguem fumasse cocaina e cheirasse
maconha???rsrsrsr. ..o fazem e não vemos o que vemos aqui...
Precisamos encarar problemas complexos com soluções igualmente
complexas... e isso o filme não passa nem perto...
So um pincelada
TitO
UEFS_BA
Em 21/10/07, VOLTOLINI <jcvoltol@uol. com.br> escreveu:
bom.... assim como ha partes do texto que sao reacionarias ha outras
interessantes e... no geral acho que o filme retrata a cara da
situacao mesmo...
Voltolini
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----- Original Message -----
From: Juan Negret
To: biologia@yahoogroup s.com
Sent: Thursday, October 18, 2007 11:35 PM
Subject: Res: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da
VEJA)... para refletir...
Caro Voltolini e demais espectadores,
O filme realmente é bom, eu gostei muito e consegue desconstruir uma
série de imagens e imaginários complicados que existem sobre a
questão do tráfico. Concordo com vc em vários pontos q vc colocou,
por isso num vou reitera-los. Mas, infelizmente, o filme tem uma
armadilha interessante: descontroi somente e questoes pontuais (como
a desconstrução de Foucault na sala de aula, a descontrução da
açãodas ONGs, a desconstrução do bom consumidor de drogas, etc... q
eu achei mto bom, mto bom mesmo...), mas não coloca em xeque as
questoes estruturais da sociedade, mascarando mtas coisas e passando
uma mensagem complicada. A estrutura do filme faz que nos
empolguemos com essas partes do filme (eu tbem me empolguei num
primer momento...) ACHANDO QUE É PROGRESSISTA, mas num segundo
momento, me pareceu (e é uma opinião pessoal mesmo) que a mensagem
geral do filme É REACIOÁRIA PRA CARALHO.
Veja como a Veja reproduz o discurso reacionário do filme, com
outras palavras, mas de uma forma bastante direta:
- "Bandidos são bandidos, e não vítimas da questão social": será só
isso mesmo? Será que a lógica do capital não tem nada a ver com o
tráfico? Nada mesmo? Será que os caras nasceram maus e nada os
corrige (que negócio maniqueísta da porra...), ou será que as
circunstancias históricas e sociais os tornaram bandidos? Que frase
mais fela-da-puta essa da veja...
- "Na opinião de 72% dos entrevistados, os criminosos são tratados
como merecem": Quem merece morrer assassinado? (Mas o Luciano Huck
nao merece ser roubado, neh? coitadinho dele... ) Retornamos ao
código de Hammurabi, 4000 A.C ? Agora somos favoráveis à pena de
morte?
- "A afecção ideológica esquerdista que inverte papeis":
Schoppenhauer adoraria essa, vença o debate por uma generalização
indevida - a parte pelo todo - e detone toda a esquerda em nome de
uma parte dela...
- O policial tem só 3 escolhas mesmo ? "Ou corromper-se, ou ir pra
guerra ou negligenciar" ? Vc tem certeza disso? Num tem mais nenhuma
outra opção? Eh a educação, a assistencia social, a solidariedade,
eh tudo mentira mesmo... neh?
- E o Brasil: "ou é derrotado ou derrota os bandidos". Então o que?
Vamos fazer um Plano Colombia versão Brasil pra acabar com os
terroristas a partir da guerra, da mesma forma que Bush acabou com
os terroristas em Irak e que o reacionário do Uribe quer acabar com
as FARC, financiando a mesma industria bélica capitalista que também
está, estruturalmente, por traz de tudo isso?
Eu acho que a Veja soube usar muito bem o filme a favor da
direita... E para isso o filme, estruturalmente, permite (e quem
sabe conduz a) isso.
Bom contribuindo ao debate...
Grande Abraço a tod@s,
Juan Negret
----- Mensagem original ----
De: VOLTOLINI <jcvoltol@uol. com.br>
Para: Undisclosed- Recipient: ;@smtp.uol.com.
Enviadas: Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007 11:26:39
Assunto: [biologia] O filme "Tropa de Elite" (matéria da VEJA)...
para refletir...
Pessoal, Bom Dia! Eu nao gosto muito da revista Veja, mas dessa vez
ela
acertou; assisti esse filme no final de semana e fiquei estarrecido,
realmente é uma realidade cruel que jogada na nossa cara a cada
cena... o
ator Wagner Moura está muito bom no filme e a mensagem principal que
o filme
transmite, na minha opnião, é mostrar as consequências drásticas de
se fumar
um simples "baseado" e de como quem usa drogas como a maconha ajuda
no caos
do Brasil, no trafico, nos assaninatos de crianças na favela.....
Refleti
muito sobre a situação das pessoas que vivem em favela... imaginem
viver em
meio a uma guerra civil como no Iraque... triste, muito triste e...
quando
voce fuma um baseado esta ajudando a manter isso... Este é o
principio de
que coisas pequenas, atitudes individuais, boas ou más, podem ter
consequencias enormes quando muitos compartilham da mesma atitude.
Ou
seja... isso vale pra quem se une pra ajudar outras pessoas e pra
quem fuma
maconha incentivando o trafico.... Vale a pena pensar ate onde voce
é apenas
alguem que assiste a tudo ou que na verdade AJUDA a manter o que tem
de pior
nesse pais... ou... é mais facil olhar com cara feia, discordar de
tudo e
apenas continuar a fumar "apenas" mais um baseado nao é mesmo? Um
abracao a todos, Voltolini
Matéria da VEJA sobre o filme Tropa de Elite.
A realidade, só a realidade: Tropa de Elite, o filme mais visto e
mais
comentado da história do cinema brasileiro, é uma obra de ficção.
Mas
retrata com uma fidelidade jamais vista como a criminalidade
degradou o
Brasil de alto a baixo
Marcelo Carneiro
Para ser qualificada de grande, uma obra de arte precisa estabelecer
conexões profundas com as pessoas. Ao analisar o papel das tragédias
teatrais, por exemplo, o filósofo grego Aristóteles concluiu que
elas
acabavam por purificar os espectadores quando lhes causavam
sentimentos de
terror e compaixão. Isso porque, depois de experimentá-los, as
pessoas
sairiam aliviadas, purgadas dos próprios pesadelos. Aristóteles
chamou a
isso catarse. O tipo de conexão proporcionado por Tropa de Elite, do
diretor
José Padilha, é de outra ordem. Trata-se de um grande filme
justamente pelo
contrário: ele não concede válvulas de escape ao retratar como a
criminalidade degradou o país de alto a baixo. O pesadelo real ganha
ainda
mais nitidez. A sociedade brasileira, pelo jeito, ansiava por esse
tapa na
cara dado pelo capitão Nascimento, o policial interpretado
magistralmente
por Wagner Moura. Lançado há apenas duas semanas, Tropa de Elite já
é o
filme mais visto e comentado da história do cinema brasileiro. As
salas de
exibição lotam em todas as sessões e estima-se que mais de 11
milhões de
pessoas tenham assistido ao filme em DVDs piratas que inundaram os
camelôs
de várias capitais do país (veja reportagem). Gírias policiais
reproduzidas
no filme e trechos de diálogos entre os personagens - como "pegou
geral" e
"01 pede pra sair" - tornaram-se bordões repetidos nas mais diversas
situações.
O assunto da obra do diretor José Padilha é a guerra diuturna que a
polícia
carioca move contra os traficantes de drogas encastelados nos morros
favelizados da cidade. Mais especificamente o Batalhão de Operações
Policiais Especiais (Bope), a tropa de elite do título. O tráfico de
drogas,
o nervo mais exposto de um país em desordem e refém do medo (veja o
quadro),
é tema comum na cinematografia nacional recente. A diferença é que
esse
filme o aborda pondo os pingos nos is. Bandidos são bandidos, e
não "vítimas
da questão social". Há policiais corruptos, mas também muitos que
são
honestos. Se existem traficantes de cocaína e maconha, é porque há
milhares
de consumidores que os bancam. Muitos desses consumidores, aliás,
são
aqueles mesmos que fazem "passeatas pela paz" e compactuam com a
bandidagem
para abrir ONGs em favelas. Por último, a brutalidade de alguns
policiais
pode ser explicada pelo grau de penúria e abandono que o estado lhes
reserva.
Ditas de maneira tão simples, essas verdades parecem de uma
obviedade
ululante. E são. Mas o Brasil, infelizmente, é um país de idéias
fora do
lugar por causa da afecção ideológica esquerdista que inverte
papéis,
transformando criminosos em mocinhos e mocinhos em criminosos. Aqui,
a
"questão social" é justificativa para roubos, assassinatos e toda
sorte de
crime e contravenção - mesmo quando praticados por quadrilhas
especializadas, compostas por integrantes que nada têm de
coitadinhos. O
apresentador Luciano Huck que o diga. Dois ladrões roubaram-lhe um
relógio
caro em São Paulo e ele, indignado, atreveu-se a escrever um artigo
no
jornal Folha de S. Paulo para reclamar da falta de segurança. Por
ser um
homem rico, da elite, Huck sofre um linchamento moral. Há até quem
pergunte
se ele "mereceu ser roubado". Existe quem mereça?
Tentaram fazer o mesmo com Tropa de Elite. Os ideólogos que o
rotularam de
"fascista" viram-se, porém, obrigados a dobrar-se ao sucesso do
filme. Na
semana passada, a pedido de VEJA, o instituto Vox Populi realizou
uma
pesquisa para medir o impacto de Tropa de Elite nos espectadores. Os
resultados indicam por que o filme é arrebatador. Na opinião de 72%
dos
entrevistados, os criminosos que aparecem no filme são tratados como
merecem. Quase 80% deles concordam que a polícia é apresentada com
fidelidade - ou seja, tem uma banda podre e uma banda boa. Tropa de
Elite
agrada também por abordar a responsabilidade dos usuários de drogas
sem
meias palavras. O capitão Nascimento diz que o "playboy" que fuma um
cigarro
de maconha é o responsável pela morte de um traficante abatido pelo
Bope. A
afirmação encontra eco na população. Para 85% dos espectadores, o
raciocínio
do capitão Nascimento está correto. O policial vivido por Wagner
Moura
ganhou enorme popularidade, mas isso não significa que todas as
pessoas
enxerguem num Rambo a solução para problema tão complexo como o da
criminalidade. Na opinião de 53% dos entrevistados, o capitão é um
herói,
mas 43% rejeitam essa idéia, embora o vejam com relativa simpatia.
As
características do personagem ajudam a explicar tal divisão.
Nascimento é um
ser humano devastado. Sofre de síndrome do pânico, consome
vorazmente
remédios de tarja preta e suas explosões freqüentemente resultam em
ações
que extrapolam o manual do Bope.
Na pesquisa encomendada por VEJA, chama atenção o fato de 51% dos
espectadores desaprovarem a tortura como um meio de extrair
confissões de
criminosos. É uma maioria pequena - 47% aprovam esse método
desumano -, mas
que aponta no sentido da civilização. Seria até de esperar que o
desespero
dos brasileiros em relação à segurança se traduzisse numa proporção
ainda
mais larga de pessoas adeptas da tortura policial. É bom que se
diga: em
nenhum momento, Tropa de Elite legitima o uso da tortura, o que
seria
deplorável. Apenas mostra como o descaso e a barbárie podem
animalizar
agentes da lei. "Como está dito no filme, o policial tem três
escolhas: ou
ele se corrompe, ou se omite ou vai para a guerra", afirma o diretor
José
Padilha. O Brasil só tem duas escolhas: ou derrota os criminosos ou
é
derrotado por eles. Pela acolhida que o filme está recebendo, os
brasileiros
não têm a menor dúvida do caminho a seguir.
Com reportagem de Karin Hueck, Juliana Linhares, Naiara Magalhães e
Ronaldo
França
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sexta-feira, outubro 26, 2007
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